O turismo sustentável é um dos impactos positivos das obras de implantação e pavimentação da BR-285/RS/SC, reforçando a importância de ações que valorizem o território e fortaleçam a identidade das comunidades locais. Para incentivar essa abordagem, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), por meio da Gestão Ambiental do empreendimento, tem promovido iniciativas em parceria com prefeituras e associações no intuito de potencializar a vocação turística da região.

Como parte dessas ações, foi realizada a oficina gratuita “Introdução à Observação de Aves: Oportunidades para o Turismo Local”, nos dias 25, 26 e 27 de fevereiro, respectivamente, em Timbé do Sul (SC), São José dos Ausentes (RS) e na Comunidade Quilombola São Roque, em Praia Grande (SC). O evento reuniu empreendedores, guias, moradores e profissionais interessados em fortalecer o setor. A atividade foi conduzida pelo vice-presidente do Clube de Observadores de Aves de Porto Alegre (COA-POA), Augusto Canabarro Pötter, entidade voltada para observação, estudo e conservação das aves silvestres e seus habitats naturais.

Durante a oficina, no período da manhã, os participantes realizaram uma passarinhada – caminhada em áreas naturais para avistar, reconhecer e documentar aves. Durante a atividade, o especialista apresentou técnicas de observação, formas de identificação e registro, além do uso adequado de equipamentos como binóculo e playback (gravações de sons de aves para atraí-las). Aproximadamente cem espécies diferentes foram observadas em três dias. No período da tarde, a palestra abordou temas essenciais para a estruturação do turismo de observação de aves, incluindo o perfil dos praticantes, tecnologias para inserir municípios e pousadas na rota desse público, e estratégias de divulgação da atividade como produto turístico.

Segundo Pötter, a região abriga ecossistemas ideais para a observação de aves de interesse para turistas nacionais e estrangeiros, oferecendo um potencial ainda pouco explorado. “Essa é uma atividade realizada no mundo inteiro e que, no Brasil, cresce a cada ano. A região das obras conta com uma avifauna muito rica, com espécies ameaçadas, endêmicas e de difícil observação, o que acarreta muitas oportunidades para o turismo”, salienta. Ele destaca exemplos como o pedreiro, a jacutinga, a noivinha-de-rabo-preto, o macuco, o veste-amarela e a águia-serrana.

A fotógrafa Juliani Dondossola, de Morro Grande (SC), registra a natureza desde 2020, especialmente as aves da região. A atividade se tornou fonte de renda, com a produção de agendas, jogos educativos, entre outros produtos baseados nas fotografias. “É apaixonante observar aves, uma atividade que só faz bem e melhora a atenção. A oficina contribuiu muito, tenho certeza de que o pessoal vai embora cheio de ideias e olhando para os pássaros com mais carinho a partir de agora”, destacou.

Fonte: STE – Serviços Técnicos de Engenharia . Release: Jornalista Amanda Montagna.